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Usar ecobag ajuda mais do que assinar manifesto

Há 11 anos ele abandonou o uso do carro próprio. Desde de 1993, faz a separação do lixo em casa. Na sua cozinha, não entra quase nada de comida pronta. Para adoçar pratos e bebidas, só açúcar orgânico. Quando procura o outro extremo do paladar, vai de sal marinho.

O que para muitos poderia ser sacrifício, para Maurício Waldman, um dos mais antigos ambientalistas do Estado, é só hábito, que não tem nada de radical, não soa ecochato e nem de salvador do planeta.

“Toda vez que usamos sacola retornável e separamos o lixo para o catador levar, contribuímos bem mais do que assinar manifesto em favor do panda”, simplificou.

Autor do livro Lixo: Cenários e Desafios, apresentado oficialmente ontem durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, Waldman falou ao Diário sobre a necessidade cada vez mais urgente de se melhorar a gestão dos recursos sólidos.

“O Brasil é 3,06% da população mundial e 3,5% do PIB global. Mas somos, de acordo com estudos, origem de 5,5% ou 6,9% do total mundial do lixo urbano. Não adianta culpar os países ricos, o problema também é nosso! Só reduzir, reutilizar e reciclar não serve. É preciso repensar o modelo de consumo”, afirmou.

Envolvido com os temas ambientais desde a década de 1970, Waldman enxerga evolução no comportamento da sociedade.

Contudo, ao mesmo tempo em que mudança aponta uma saída, mostra também como é longo o caminho.

“A conscientização cresceu. Muitos setores do empresariado avançaram. Nos anos 1990 se fabricavam 64 latinhas com 1 quilo de alumínio. Hoje, se fabricam 74, um avanço indiscutível.”

Longe dos holofotes que iluminam os que vêm a público angariar prestígio divulgando suas ações ambientais, o exército de homens e mulheres que trabalha coletando, separando e transportando o lixo, pode ser marginalizado para muitos, mas é vital para a sobrevivência das cidades, segundo Waldman.

“É obrigatório lembrar dos catadores. As pessoas que dizem que a gestão do lixo está um caos não fazem idéia de como as coisas estariam sem o trabalho deles.”

Para o especialista, como no título de sua publicação, entender o cenário e o desafio que o lixo apresenta para a qualidade de vida de todos é uma tarefa para Poder Público, indústria e sociedade.

“Os segmentos da economia que mais crescem relacionam-se com a preservação ambiental: energia solar, agricultura orgânica e a reciclagem. Apenas atrasados insistem na sacolinha e nos descartáveis. Não existe vida sem mudança.

Professor realizou trabalhos no Grande ABC

O Grande ABC também é parte da longa da trajetória do professor e pesquisador Maurício Waldman, 44 anos, reconhecido como um dos especialistas mais respeitados quando o assunto é gestão de resíduos sólidos.

Nos dois primeiros anos da década de 1990, Waldman foi coordenador de Meio Ambiente em São Bernardo. Em Ribeirão Pires, trabalhou em cursos de capacitação sobre lixo, água e afro-educação.

Em 2006, voltou à região, mas dessa vez defendendo tese sobre a gestão dos recursos hídricos, enfocando também os mananciais do Grande ABC, com destaque para a Represa Billings.

Waldman é graduado em sociologia, mestre em antropologia e doutor em geografia, todos pela USP (Universidade de São Paulo).

Sua atuação profissional está concentrada em três esferas: no ativismo ecológico, na administração pública e no meio acadêmico.

Entre atividades realizadas no Brasil e no exterior, Waldman também se destaca pela publicação de livros e consultoria em relações internacionais, religião, topologia, antropologia, cidadania e racismo.

Atualmente, Waldman, que foi assessor do histórico ambientalista Chico Mendes, defensor das causas da floresta Amazônica, é pós-doutorando na área dos resíduos sólidos junto ao Instituto de Geociências da Unicamp, onde também é professor da disciplina Geografia da África Negra.

Política nacional

O tema abordado no seu mais recente livro, Lixo: Cenários e Desafio, deverá receber mais atenção dos governos a partir da nova Política Nacional dos Resíduos Sólidos – sancionada pela presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no começo de agosto.

Entre outras regras, a norma prevê a extinção dos lixões e o aumento dos índices de reciclagem.

Trechos

“Decorrência da manifesta vocação das sociedades humanas para transformar o meio natural, o lixo é indissociável das atividades desenvolvidas pelo homem, tanto no tempo quanto no espaço. Assim sendo, sem que nesta afirmação exista qualquer exagero, já nos primórdios da humanidade o lixo constítuia um foco obrigatório de atenções.”
Página 11

“Exibindo nos dias atuais uma performance que a mais audaciosa das profecias jamais ousou vaticinar, pela primeira vez na história o homem se sente ameaçado, no âmago de sua alma, pelo lixo. (…) Tomada de incerteza quanto à sua capacidade de solucionar um problema engendrado, no final das contas, por ela mesma, a sociedade contemporânea tornou-se presa da sensação de impotência em dar conta da questão.”
Página 45

“(…) O plástico parece ter invadido todas as redes sociais e econômicas. Até as feiras de rua, bastião de formas tradicionais de aquisição de alimentos, também capitularam diante do material. Atualmente, os fregueses levam junto com suas compras tanto plástico-filme quanto se estivessem retornando de um moderno supermercado. A insidiosa invasão do plástico em todos os espaços planetários tornou-se um descalabro mundial. Objetos feitos com esse material estão boiando em praticamente todas as águas marinhas do globo terrestre.”
Página 58

“Em síntese, os almejados ‘R” de Repensar, Reduzir e Reutilizar, apenas poderão se impor – ombro a ombro com práticas ecológicas efetivas abraçadas pelo conjunto da população – mediante um corpo de leis que imponha ações restritivas, coercitivas e/ou punitivas para o setor produtivo e uma atuação do Estado na qual ele demonstre agilidade e efetivo interesse público em fazer com que sejam cumpridas.

Fonte – André Vieira, Diário do Grande ABC de 15 de agosto de 2010

Imagem – Pretty and Green

Esqueçam os 3 R, temos que adicionar mais 2 R na equação.

Repense sua ligação com o planeta – fazemos parte do ecossistema global, não somos superiores a um pé de alface ou inferiores a uma girafa, somos iguais em importância a cada espécie existente no planeta e não podemos viver sem este planeta e todas as outras formas de vida que nos circundam, cada ação nossa tem consequências, muitas vezes graves e que põe em desequilíbrio toda vida no planeta – e com o consumo, ou atualmente, o consumismo desenfreado, analise como seu modo de vida afeta todo o equilíbrio do planeta e como este modo de vida está destruindo o planeta e a humanidade. Mas repense e mude seu modo de vida, se torne um consumidor responsável e sustentável, senão não adianta nada.

Recuse qualquer produto que cause destruição ao planeta e a outras formas de vida, recuse embalagens não sustentáveis, recuse alimentos que estão causando desmatamento ou causando poluição, recuse sacolas plásticas de uso único, enfim, recuse o que é ruim para todos os seres do planeta e por consequência, para nós humanos.

Reduza o consumo, pare de comprar bobagens só porque a mídia diz que você tem que ter algo que você nem sabe o que é, pare de consumir só para causar inveja aos outros, só compre o que for comer ou usar, não desperdice. Lembre que após você deixar o planeta, outras gerações de humanos necessitarão dos recursos naturais que esta geração está esgotando tão rapidamente e inconsequentemente.

Reutilize tudo o que puder, como embalagens, roupas – troque roupas, móveis, assessórios, enfim, tudo com suas amigas – para que o que deixar de ser utizado não vá para o lixo, o lixo de um é o tesouro de outro e você terá sempre coisas novas – novas para você, para aplacar sua sede de consumismo -.

E por fim Recicle, ou melhor, separe o lixo para reciclagem em 3 categorias, reciclável, compostável e rejeito. Se você fizer isso, ajudará a aumentar a vida útil dos aterros em até 95%, preservando a terra que seria utilizada para a construção desses depósitos de lixo para ser utilizada no futuro para plantio de comida para os humanos que ainda não nasceram.

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